
Metodologia
O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) elaborado pelo Atlas Brasil é um dos dois recursos metodológicos (o outro é a análise documental) usados na pesquisa empírica para sistematizar dados, indicadores e particularidades locais e regionais. Municípios em duas faixas de IDHM foram estudados em períodos sequenciais. Entre 2019 e 2022, os de IDHM Muito Baixo, aqueles com pior indicador de desenvolvimento humano, composto por 32 municípios na região Norte (18) e Nordeste (14); e entre 2022 e 2025, os de IDHM Baixo, predominantes na região Nordeste, que somam 80,4% dos 1.376 municípios nessa faixa em todo o país. Apenas os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Santa Catarina não têm municípios de IDHM Baixo.
IDHM
O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) é um número que varia entre 0,000 e 1,000. Quanto mais próximo de 1,000, maior o desenvolvimento humano de uma localidade.

Análise documental
A análise documental compreende a identificação, a verificação e a apreciação de documentos para determinado fim. Nas pesquisas científicas é, ao mesmo tempo, método e técnica. Método porque pressupõe o ângulo escolhido como base de investigação. Técnica porque é recurso que complementa outras formas de obtenção de dados, como a entrevista e o questionário.
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Na área da Comunicação, a análise documental é um recorte de um campo em constante mutação (e ampliação) das delimitações possíveis de estudo. É utilizada com frequência no resgate da história de meios de comunicação, personagens e períodos.
As fontes da análise documental geralmente são secundárias, ou seja, são constituídas por conhecimento, dados e informações já reunidos ou organizados. As fontes mais comuns estão em acervos de impressos (jornais, revistas, catálogos, almanaques) e em repositórios eletrônicos (de gravações magnéticas de som e vídeo a registros digitais de áudio e imagem).
No processo de consulta a fontes documentais, o pesquisador também encontrar fontes primárias de informação: documentos oficiais, textos legais, documentos públicos de empresas e/ou instituições e documentos técnicos ou pessoais (arquivos particulares de originais), sendo esta última categoria mais rara e possível apenas quando o acesso é permitido ao pesquisador.
Umberto Eco classifica a diferença das fontes como “fontes de primeira mão e fontes de segunda mão” nas suas considerações sobre fontes secundárias e primárias:
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Uma fonte é de segunda mão por várias razões. Se pretendo fazer uma tese sobre os discursos parlamentares de Palmiro Togliatti, os discursos publicados pelo [jornal] Unitá constituem fonte de segunda mão. Ninguém me garante que o redator não tenha feito cortes ou cometidos erros. Fontes de primeira mão serão as atas parlamentares. Caso eu conseguisse obter o texto escrito diretamente por Togliatti, teria então uma fonte de primeiríssima mão. Se desejo estudar a declaração da independência dos Estados Unidos, a única fonte de primeira mão é o documento autêntico [Umberto Eco, 2001].
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E onde estão as fontes da análise documental na área da Comunicação? Geralmente em bibliotecas públicas e bibliotecas de universidades e em repositórios digitais públicos, centros de pesquisa, centros de documentação, arquivos públicos (municipal,
estadual ou federal), museus com acervos de mídia (como os museus da Imagem e do Som em várias capitais) e em acervos dos próprios veículos de comunicação – alguns abertos para consultas públicas e outros condicionados ao status de quem pesquisa,
se assinante ou não, por exemplo.
Referências
bibliográficas
CELLARD, André. A análise documental. In: POUPART, Jean et al. A pesquisa qualitativa: enfoques epistemológicos e metodológicos (4ª ed.). Petrópolis: Vozes, 2014, p. 295-316.
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ECO, Umberto. Como se faz uma tese (16ª ed.). São Paulo: Perspectiva, 2001.
MOREIRA, Sonia V. Análise documental como método e como técnica. In: DUARTE, Jorge e BARROS, Antonio (org.) Métodos e Técnicas de Pesquisa em Comunicação (2ª ed.). São Paulo: Editora Atlas, 2006, p. 269-279.
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POUPART, Jean et al. A pesquisa qualitativa: enfoques epistemológicos e metodológicos (4ª ed.). Petrópolis: Vozes, 2014.