
Nordeste
É preciso lembrar que o Nordeste como espaço geográfico oficial tem data de nascimento. Foi durante o Estado Novo que o IBGE criou a primeira Divisão Regional do Brasil dividindo o território nacional em 5 regiões: norte, nordeste, leste, sul e centro-oeste. Com a valorização das regiões, instituída oficialmente em 1942, o Estado Novo procurou combater as oligarquias locais que dominavam os Estados e buscou integrar as partes em um todo maior. O novo nacionalismo se baseava nas regiões e valorizava as diferenças geoeconômicas e socioculturais.
O Nordeste como espaço de identidade tem também data de nascimento. Foi com o Movimento Regionalista de 1926, tendo Gilberto Freyre à frente, e com a geração de romancistas - José Lins do Rego, Rachel de Queiroz, Graciliano Ramos entre outros -, que nos anos 1930 passou a descrever em tom realista as condições de vida e os impasses da sociedade da cana de açúcar no litoral e da seca no sertão.
[Lucia Lippi Oliveira, 2007]
IDHM Baixo Nordeste
Segundo o IBGE a população estimada do Nordeste em 2025 somava 57 milhões e 244 mil habitantes (IBGE, Estimativas da População Residente, 2025). A economia nordestina é baseada principalmente na exploração de recursos naturais, agricultura (cana-de-açúcar, algodão e frutas tropicais) e tem reflexos diretos do processo de colonização portuguesa.
Também se destacam entre os produtos primários importante para a dinâmica econômica da região, a mandioca, o milho, o feijão, a soja, o sisal, o sal marinho, a carnaúba e o babaçu, além de gesso, granito, petróleo, gás natural e urânio. Esses produtos primários, que promovem o desenvolvimento de polos agroindustriais e extrativistas em diversos estados nordestinos, sustentam a economia regional e impulsionam as exportações.
Os 1.794 municípios da região, porém, ainda enfrentam vários desafios socioeconômicos. Entre os principais problemas da região estão:
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os elevados índices de analfabetismo, que chega a de 14,2% na região, o dobro da média nacional de 7%, de acordo com o Censo 2022 do IBGE;
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altas taxas de pobreza (pessoas que vivem com cerca de R$ 660,00 por mês) e de
extrema pobreza (pessoas que vivem com cerca de R$ 210,00 por mês), segundo o
Banco Mundial; -
saneamento básico insuficiente (em 2023, entre as cinco privações de saneamento analisadas em estudo do Instituto Trata Brasil, o Nordeste aparecia como principal destaque negativo em todas as dimensões).
Mesmo o Nordeste sendo a região a que apresentou o maior crescimento relativo, seu
rendimento médio ainda é o menor entre as grandes regiões, equivalente a 65% da média
nacional Entre 2012 e 2024, o rendimento domiciliar per capita médio na região Nordeste brasileiro cresceu 26,7%
FGV-IBRE, 2025
Entre as cinco privações de saneamento analisadas no novo estudo do Trata Brasil, o Nordeste aparece como principal destaque negativo em todas as dimensões: privação de acesso à rede de água, de banheiro e de coleta de esgoto; recebimento insuficiente de água potável; e, insuficiência de reservatórios.
Instituto Trata Brasil, 2023
No Nordeste, o grande destaque é a "revolução das novas renováveis". A região lidera a produção de energia eólica com cerca de 92% da capacidade instalada no país, e 60% da potência instalada na geração solar. Com isso o Nordeste passou de tradicional importador de energia para importante exportador.
CNI, 2024
Os estados nordestinos

Índice Gini 0,487 (IBGE 2024)
População estimada em 1º julho 2025 - 7.018.211 (IBGE)
Em 2024, o PIB estimado do estado do Maranhão foi de R$ 145 bilhões. O estado se destaca nos setores de extração mineral, agronegócio e logística portuária. A mineração de ferro e manganês impulsiona as exportações e atrai investimentos nacionais e estrangeiros. A indústria ainda é moderada, mas cresce em sinergia com outros setores. O agronegócio é um dos pilares da economia e representa parcela significativa do PIB estadual. Entre as principais culturas no estado estão a soja, o milho e o arroz. A pecuária de corte e a piscicultura são relevantes.
O Maranhão está localizado na região do Matopiba – região formada por áreas majoritariamente de cerrado nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, para onde a agricultura se expandiu na segunda metade os anos 1980, e cultiva de grãos a frutas – conhecida como uma das principais fronteiras agrícolas do país. O nome Matopiba é um acrônimo formado pelas siglas dos quatro estados (MA + TO + PI + BA).
O Maranhão ocupa uma região estratégica para expandir sua produção e atender a mercados nacionais e internacionais. O Porto de Itaqui é peça-chave da economia maranhense, movimentando milhões de toneladas em cargas e consolidando o estado como corredor logístico do Norte e Nordeste. O setor de serviços se fortalece nas regiões metropolitanas, em especial comércio e transportes. A economia apresenta forte potencial em energias renováveis, o que posiciona o Maranhão como centro agroexportador e mineral do país.

Índice Gini 0,525 (IBGE 2024)
População estimada em 1º julho 2025 - 3.455.236 (IBGE)
Com forte produção de petróleo em terra, energia eólica, extração de sal marinho, algodão e turismo internacional em Natal, o estado teve PIB estimado de R$ 100 bilhões em 2024. Possui polos em indústria leve e agricultura irrigada e importante produção de camarão e lagosta.
O setor de Comércio e Serviços tem a maior participação agregada de valor do Rio Grande do Norte, com 72,8%. O segmento Serviços responde por 30% do total, seguido da Administração pública” com 27,7%, e pelo Comércio, com 15,1% (2012). A indústria tem 22% da agregação de valor local, com a forte retração da indústria de transformação compensada por elevações na indústria extrativa e na construção civil. Na agropecuária, o destaque é a fruticultura irrigada, com área colhida de melão de grande relevância no Nordeste.
Na área de telecomunicações, ainda em 2013, o estado contabilizava 825 antenas de celular, insuficientes para atender a demanda, e que geravam zonas de sombra no interior, onde o uso de sinais de rádio era recorrente. O sistema de infovias para a fibra óptica foi impulsionado por instituições de ensino públicas e privadas e por investimentos de grandes empresas, mas ainda está limitado à região metropolitana de Natal.

Índice Gini 0,518 (IBGE 2024)
População estimada em 1º julho 2025 -3.220.848 (IBGE)
Em termos territoriais, o estado de Alagoas compreende o Leste Alagoano, com 52 municípios ocupando 13,2 mil km2 ou 47,7% do território estadual; o Agreste Alagoano, com 24 municípios em área de 5,8 mil km2; e o Sertão Alagoano, com 26 municípios em um território de 8,8 mil km2, equivalente a 31,6% do estado.
No censo de 2022, o estado de Alagoas apresentava taxa de analfabetismo de 17,66%, a maior do país. Em termos econômicos, o principal motor da economia alagoana é o setor de serviços, especialmente o turismo e o comércio, que registrou expansão de 5,7% e encerrou 2022 com crescimento equivalente a 3,2% no PIB de R$ 76,07 bilhões (IBGE, 2024), segundo dados são do estudo Cenário Macroeconômico Estadual de Alagoas de março de 2025, elaborado pelo Escritório Técnico de Estudos Econômicos do Nordeste (Etene) do Banco do Nordeste. A composição setorial do PIB mostra forte predominância dos serviços (72%), seguidos pela agropecuária (14%) e indústria (14%).

Índice Gini 0,493 (IBGE 2024)
População estimada em 1º julho 2025 - 3.384.547 (IBGE)
Com PIB estimado de R$ 78 bilhões em 2024, a economia do Piauí é impulsionada pela expansão da agropecuária e pelo avanço das energias renováveis (solar e eólica). A produção de soja, milho e mel de abelha, consolidou o estado no agronegócio nordestino e municípios como Ribeiro Gonçalves e Uruçuí lideram em produtividade agrícola e geração de empregos formais.
Localizado no cinturão solar brasileiro, uma das regiões mais rivilegiadas do mundo para a captação de energia solar, grandes usinas fotovoltaicas foram instaladas no Piauí. O estado ocupa a 3ª posição nacional em potência instalada de usinas solares fotovoltaicas centralizadas, atrás apenas de Minas Gerais e Bahia. O setor de serviços ainda é o mais representativo da economia piauiense, respondendo por mais de 70% do PIB.
