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A Pesquisa

Antecedentes

Em 2010, o professor Eli Noam, da Universidade de Columbia em Nova York, formou um grupo com pesquisadores de vários países em torno do projeto International Media Concentration Research Project para registrar a presença e a força econômica dos conglomerados de mídia em estudo comparado que resultou no livro Who Owns the World Media.

 

O levantamento dos dados do mercado de mídia e de telecomunicações, para o projeto no Brasil, confirmou o predomínio de grandes grupos, nacionais na radiodifusão (Globo, Record, Bandeirantes e SBT) e na internet, e de três estrangeiros na telefonia (Telmex/Claro, Telefônica e TIM).

 

A experiência fez crescer o interesse em conhecer o que estava acontecendo na outra ponta do contexto de radiodifusão e de telecomunicações no Brasil: qual seria o avesso da situação de fartura? Em que lugares haveriam carências desses serviços? ​​​

Objetivos

A pesquisa deu continuidade ao mapeamento das chamadas áreas de sombra e de silêncio no setor das comunicações no Brasil, para localizar lugares onde o acesso à informação e à comunicação segue dificultado pela ausência ou precariedade de sinais de rádio e de televisão ou de rede de telefonia e internet.

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Para avançar no objetivo proposto, a pesquisa incorporou alguns  indicativos apurados na primeira fase, a fim de verificar:

​

1. análise histórica das telecomunicações no início do século XX

2. a situação da radiodifusão na região Nordeste (em especial rádio e estações retransmissoras de TV – RTVs),

3. a evolução do número de pequenos provedores de internet (PPPs) em mercados regionais e locais não atendidos por grandes operadoras de telecomunicações.

​

Os bancos de dados oficiais do setor nas escalas nacional, regional e local

representaram fontes essenciais na coleta de informações e também para a

construção de mapas georreferenciados que ajudassem na visualização das áreas de

sombras e de silêncio audiovisual e telecomunicações nos estados do Nordeste.

Perguntas

​Leituras principalmente dos geógrafos Milton Santos e María Laura Silveira, apontaram caminhos para o estudo:

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1. ​se os locais luminosos dos centros urbanos brilhavam com a luz da fartura na multiplicidade de meios de comunicação, internet e telefonia, quais espaços traduziriam os sinais opacos e difusos, que condições impediam as pessoas de participar do universo propiciado pelos serviços de radiodifusão (rádio e TV) e de internet?

2. ​e uma vez localizados esses lugares, que terminologia poderia ser adotada para designar a realidade conflitante em setores tão específicos?

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A escolha de trabalhar com regiões de sombra e de silêncio, nas quais a infraestrutura de rádio e TV aberta e de redes de internet (banda larga fixa ou wi-fi) poderia estar ausente ou ser deficitária, surgiu dessas perguntas. ​Do interesse pela história do telégrafo e do rádio e do conhecimento e vivência pessoal na região do Centro Oeste que hoje é formada pelos estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul surgiu a terceira pergunta:

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3. a geografia das telecomunicações no território compreendido pelo Centro-Oeste e Norte teria sido diferente e preparado caminhos para as tecnologias futuras caso a comissão liderada por Cândido Mariano Rondon na primeira década do século XX tivesse completado o trajeto original previsto, de instalação das linhas do telégrafo com fio no trajeto programado entre Cuiabá (MT) - Santo Antonio do Madeira (AC) - Manaus (AM) ?​

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Etapas

A pesquisa mapeou o que reconhece como regiões sombra e de silêncio em duas etapas:


Na primeira, entre 2019 e 2022, foram analisados os 32 municípios brasileiros que registravam os níveis mais reduzidos de desenvolvimento, classificados como de IDHM Muito Baixo pelo Atlas Brasil (2010), todos situados entre a região Norte (18 municípios) e a região Nordeste (14 municípios).


A análise do portal de Dados Aberto da Anatel na época revelou que oito municípios poderiam ser considerados como de sombra ou de silêncio, sem qualquer tipo de emissora de rádio, TV ou retransmissora de TV (analógica ou digital): Francisco de Assis do Piauí, Caxingó, Betânia do Piauí, Assunção do Piauí e Cocal dos Alves, no Piauí; Fernando Falcão e Satubinha, no Maranhão; e Inhapi, em Alagoas. Somadas, essas localidades representavam 73.660 habitantes (Censo 2010).


O acesso ao Serviço de Comunicação Multimídia, internet de banda larga fixa, que define a velocidade e a qualidade de acesso à internet, estava bastante limitado nos municípios estudados, chegando a menos de 1% da população. Em contraponto a essa situação, o serviço de telefonia móvel e de banda larga móvel estava presente em todos os municípios, onde atuava pelo menos uma operadora que oferecia um tipo de tecnologia para conexão.


Em relação à telefonia fixa em domicílio (Serviço Telefônico Fixo Comutado - STFC), os 1.347 telefones instalados atendiam em média 0,20% da população.


Na segunda etapa, entre 2022 e 2025, a pesquisa incorporou indicativos para avançar o mapeamento das regiões de sombra e de silêncio, centrado principalmente na região Nordeste.

Equipe

Sonia Virgínia Moreira, coordenadora da pesquisa: professora dos programas de Pós-graduação em Comunicação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (colaboradora) e da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (visitante). Fundadora e integrante do Grupo Geografias da Comunicação no CNPq. Bolsista de Produtividade em Pesquisa (PQ-CNPq) entre 2019 e 2025. 

Currículo Lattes:  http://lattes.cnpq.br/9376359238443176


Nélia Rodrigues Del Bianco, pesquisadora associada da pesquisa: professora do programa de Pós-graduação em Comunicação da Universidade de Brasília, membro da Rede de Radiojornalismo da Sociedade Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo – SBPJor, do GP de Rádio e Mídia Sonora da Intercom, do Grupo de Pesquisa Geografias da Comunicação no CNPq.
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/3708240583479831


Cézar Franco Martins, estudante de pós-graduação: doutorando em Comunicação no Programa de Pós-graduação de Comunicação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, mestre em Comunicação e graduado em Jornalismo pela Universidade Federal de Juiz de Fora.
Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/8270008054977753

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